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FILANTRÓPICOS EXIGEM SOLUÇÕES PARA A CRISE QUE AMEAÇA O SETOR
28/02/2018

Representantes de entidades filantrópicas marcaram posição contrária à Reforma da Previdência (PEC 287/16) na Carta de Salvador, divulgada no  final do Encontro das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos, realizado nesta manhã (26), que debateu os problemas enfrentados pelas instituições de saúde no país. O setor aponta que o parágrafo 11-B da nova redação da Proposta impõe risco ao segmento. Por esta razão, as entidades pedem que haja uma alteração no texto para que se ressalvem as imunidades e isenções previstas ao setor no parágrafo 7º, do artigo 195, da Constituição Federal. O setor também cobra a concretização do Pró – Santas Casas, sancionado pelo governo federal, mas sem recursos alocados no orçamento E mais: a necessidade de novo modelo de financiamento que possa tirar o setor do endividamento que cresce como uma bola de neve.

Para fortalecer a posição das Santas Casas e hospitais filantrópicos, será realizado um movimento em Brasília, no dia 21 de março, quando as instituições vão entregar uma carta de reivindicações do setor ao presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas, deputado Antonio Brito e ao presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia. Ainda no evento, realizado no Cerimonial Rainha Leonor, da Santa Casa da Bahia, o provedor da Santa Casa de São Paulo, Antônio Penteado, apresentou as medidas assertivas que foram tomadas pela entidade, inclusive de aprimoramento da sua gestão, para evitar o fechamento da entidade, que é a maior Santa Casa da América Latina. Ainda assim, a Santa Casa mantém um déficit mensal de R$10 milhões

Antonio Penteado mostrou com números que o governo brasileiro não investe em saúde em níveis que garantam saúde para a população. “A França gasta 100 bilhões de dólares por ano, enquanto o Brasil gasta mais ou menos R$ 100 bilhões, mas o governo entra com R$ 26 bilhões, o resto é plano de saúde. Além da experiência de São Paulo, o  Encontro   trouxe a experiência de gestão da Santa Casa da Bahia, a segunda mais antiga da Bahia, com a exposição do seu provedor Roberto Sa  Menezes.

O presidente da FESFBA, Mauricio Dias disse não concordar que a crise do setor filantrópico seja de gestão, porque mesmo com o subfinanciamento do SUS as entidades   prestar melhor serviço com um custo três vezes menor do que os hospitais públicos.Ele   avaliou positivamente o Encontro, que reuniu associados da capital e do interior da Bahia e presidentes de Federações de São Paulo. Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso Sul e Minas Gerais, Paraná, Ceará e Mato Grosso, além de dirigentes e provedores de vários estados

O Encontro, segundo o presidente da FESFBA, foi muito importante, pela qualidade dos oradores, das fundamentações, a lucidez de todos os argumentos apresentados. Um diferencial do evento. O o segmento demonstrou uma insatisfação muito grande, uma inquietude com esse estado de letargia demonstrando a vontade de reagir. De fato – pontuou Dias – a situação é grave. O setor vinha reclamando de forma passiva, mas  agora dá sinais de que quer realmente partir para buscar soluções dos problemas que estamos vivenciando, inclusive com outro rumo. No momento em que o setor opina pela construção de um grupo para definir uma proposta de solução para o financiamento, está partindo para fazer algo que nunca fez antes.

“Em resumo, o Encontro despertou o setor para a retomada da luta pelas reivindicações em 2018. Temos que continuar atento porque o setor responde por 51% do atendimento SUS e, por isso, precisamos  nos fortalecer para assegurar saúde de qualidade a quem mais precisa ,destacou o presidente da FESFBA.

Presentes no encontro os secretários de Saúde do Estado e do Município, Fábio Vilas-Boas e José Antonio Rodrigues, respectivamente; o deputado federal Antonio Brito; a deputada estadual Fabíola Mansur; o vereador Edvaldo Brito; o presidente da Confederação Nacional das Santas Casas, Edson Rogatti. No encontro o secretário estadual da Saúde, Fabio Vilas-Boas, reconheceu a importância dos filantrópicos   citando que a assistência oncológica na Bahia depende, em sua quase totalidade. dos hospitais filantrópicos.


Fonte: Fesfba