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SUS - OS AVANÇOS E OS PERCALÇOS DESDE 1988
23/02/2018

A Associação Paulista de Medicina desde sempre trabalha fortemente em defesa do Sistema Único de Saúde. Legítima representante dos médicos do estado de São Paulo, preza por um atendimento de qualidade ao cidadão, independentemente de situação financeira, localidade, raça, credo, cor etc. Sendo assim, recebe com enorme preocupação as notícias – cada vez mais constantes – da falta de verbas e do sucateamento da rede pública de saúde brasileira.

Passados 30 anos de sua criação, quando da Constituição de 1988, o SUS é considerado um modelo para países do exterior, com sua proposta de universalidade, integralidade e equidade no atendimento – e acumula avanços importantes no período. Por outro lado, é fácil observar que ainda está longe de alcançar todas as suas potencialidades teóricas.

Na prática, hoje, como há três décadas, quem necessita da saúde pública sofre com a dificuldade de acesso, filas sem fim para marcar uma consulta ou uma cirurgia, carência de leitos, falta de medicamentos e unidades de saúde sucateadas, entre outros problemas.

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL DE 1988 ART. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Com a meta de reverter esse quadro perverso, a APM encabeça a Frente Democrática em Defesa do SUS, com parceiros de peso como o Sindicato dos Médicos de São Paulo, sociedades de especialidades e entidades representantes dos cirurgiõesdentistas, enfermeiros, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais e hospitais, além de autoridades públicas, como o médico e vereador da cidade de São Paulo Gilberto Natalini. A Frente tem realizado ações para levar ao conhecimento da comunidade e dos parlamentares a situação de penúria em que se encontra o sistema.

30 anos_sus2

O presidente da APM, José Luiz Gomes do Amaral, entende que os complicadores não podem jamais colocar a sociedade em posição de inércia, de desalento. Defende uma ampla aliança de todas as forças sociais responsáveis e democráticas para vencer os obstáculos atuais. “Unidos, somos capazes de transformar essa realidade sombria. Temos de arregaçar as mangas e trabalhar com obstinação para mudar, conscientes de que essa é uma luta difícil e que exige mobilização e resiliência. É uma batalha longa, que não venceremos em uma única manifestação, com alguns panfletos ou postagens. Vamos vencer ao longo de anos, só se começarmos hoje”, avalia.

Disposta a ampliar o debate sobre o tema, impactando positivamente na qualidade do atendimento prestado à população, a Revista da APM convidou renomados especialistas no setor público para o especial que se segue nas próximas páginas. O intuito é trazer informação de qualidade aos associados e aproveitar as contribuições nas atividades em prol do Sistema Único de Saúde que serão realizadas ao longo de 2018, que marca seus 30 anos. São eles, em ordem alfabética: Arthur Pinto Filho, promotor do Ministério Público de São Paulo especializado em saúde pública; Edson Rogatti, presidente da Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos; Giovanni Cerri, ex-secretário estadual de Saúde de São Paulo; Gonzalo Vecina Neto, ex-presidente da Anvisa e ex-secretário municipal de Saúde de São Paulo; José da Silva Guedes, ex-secretário municipal e estadual de Saúde de São Paulo; Márcio França, vice-governador de São Paulo; Paulo Fontão, conselheiro fiscal da APM e coordenador da residência em Medicina de Família e Comunidade do Hospital Santa Marcelina; e Yussif Ali Mere Júnior, presidente do Sindhosp.

 

Matéria publicada na Revista da APM – edição 696 – janeiro/fevereiro 2018