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Folha de São Paulo: Posicionamento da Fehosp em relação à matéria publicada pelo jornal
26/04/2016

Posicionamento da Fehosp em relação à matéria publicada pelo jornal “A Folha de São Paulo”, no dia 20/04/16 com o título “ Governo de SP fiscalizará hospitais para evitar uma “Nova Santa Casa” Com relação ao disposto na matéria citada acima, a FEHOSP considera que: a) os problemas apontados pela reportagem em relação à Santa Casa de São Paulo, não podem ser generalizados para os demais hospitais filantrópicos do Estado. Consideramos que a matéria é prejudicial a imagem de nossos hospitais quando textualmente diz que: “o governo paulista iniciará uma varredura nos dados financeiros e de assistência de hospitais conveniados ao SUS que recebem recursos estaduais para evitar que se repita o que aconteceu na Santa Casa de São Paulo.” b) embora se reconheça a legitimidade da iniciativa como perfeitamente inserida no âmbito da autoridade do Estado como gestor de recursos públicos, essa iniciativa deveria igualmente priorizar uma avaliação sobre a imensas dificuldades que as Santas Casas e demais hospitais filantrópicos vêm tendo na prestação de serviços de saúde à população paulista. Com remuneração por serviços baseada em valores subfinanciados, e alguns deles, em vários momentos, pagos com atraso nos repasses às nossas instituições, ainda assim, os hospitais filantrópicos vem sendo o melhor parceiro do governo do Estado de São Paulo. Vale lembrar repetidas manifestações do Exmo. Governador Dr. Geraldo Alckmin explicitando o baixo custo dos procedimentos desenvolvidos em nossos hospitais, quando comparados com procedimentos similares desenvolvidos pelos hospitais públicos, em boa parte deles, com gestão estadual. c) temos desenvolvido no âmbito da nossa federação vários programas de fortalecimento e de aprimoramento à gestão de custos; alguns deles, ressalte-se com apoio do próprio Governo do Estado no custeio desses programas. É, portanto, uma preocupação permanente que as entidades do nosso setor vêm demonstrando voltadas para profissionalização dos seus métodos e técnicas, buscando efetividade, economias progressivas e redução de custos. Ainda na mesma matéria, o emérito professor da USP, Dr. Mario Scheffer explicita (...)” O Estado já deveria ter um controle maior sobre o que paga. A iniciativa é importante, mas não pode servir de cortina de fumaça para esconder o desfinanciamento”. Ainda segundo ele, “com a crise econômica, os repasses à saúde caíram ainda mais e já refletem nos serviços. Leitos foram fechados, as filas aumentaram”. Nesse sentido, reiteramos nossa disposição em colaborar com o Governo do Estado de São Paulo para mais essa iniciativa de busca da transparência na gestão dos recursos, mas ressaltamos que os estudos deverão também contemplar a análise das defasagens do subfinanciamento e seus severos impactos na gestão dos nossos hospitais. Esperamos que os esforços a serem desenvolvidos pela equipe técnica da Secretaria de Saúde nessa auditoria sejam abrangentes e primem pela análise imparcial com seus dados e suas conclusões demonstradas publicamente. Seria importante que fosse contratada uma Auditoria independente, qualificada para tal e que fizesse essa análise focando as seguintes questões: - qual o custo dos procedimentos realizados em uma Santa Casa e qual o custo dos mesmos procedimentos realizados em um hospital público estadual? - quais as taxas de ocupação, respeitando a diferença existente entre os hospitais de grande porte e de alta complexidade com hospitais de pequeno porte e de baixa complexidade. Também consideramos que a Secretaria de Saúde deveria responder à questão que igualmente nos aflige nas situações em que prestamos os serviços acima do teto financeiro. Nossos hospitais vêm garantindo o atendimento em respeito ao cidadão e usuário do SUS, que não tem culpa alguma da falta de pagamento do extrateto por parte do Governo. Recomendamos à equipe técnica da Secretaria de Saúde que leve em conta que nosso setor responde por mais de 50% das internações da média e alta complexidade do SUS, e por mais de 60% dos transplantes e tratamentos oncológicos em todo o país. Não esquecer também em suas avaliações, que de cada R$ 100,00 gastos pelos hospitais, a Tabela SUS remunera com R$ 65,00 em média; há casos de exames e procedimentos que beiram o dramático, com subfinanciamento de mais de 80% do custo. Finalmente lembramos aos técnicos do Governo do Estado que foi por zelo e por responsabilidade que nossos hospitais vivem imersos em dívidas colossais. Se tivéssemos paralisado os serviços na mesma intensidade com que fomos remunerados, possivelmente não teríamos as dívidas que temos, mas certamente muitas vidas teriam sido perdidas. Edson Rogatti DIRETOR PRESIDENTE

Crédito: FOLHA DE SÃO PAULO