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Campinas registra caso de vírus zika após transfusão de sangue

O diretor da Divisão de Hemoterapia do Hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), Marcelo Addas Carvalho, afirmou que um paciente foi infectado pelo vírus zika em março, após receber transfusão de sangue de um doador com a doença.

Segundo Carvalho, a doença em ambos os pacientes e

a contágio pela transfusão estão comprovados, inclusive após análise feita pelo Instituto Adolpho Lutz. A secretaria estadual
da Saúde não comentou.

Seria o primeiro caso confirmado, no país, de contágio do zika por transfusão de sangue, segundo o infectologista Érico Arruda, presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
 
"É tudo muito novo em relação a essa doença. Estamos em fase de conhecê­la melhor", afirmou.
 
A forma de transmissão mais conhecida da doença é pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo da dengue. A literatura médica também tem dois registros de transmissão pelo sêmen (leia ao lado).
 
O contágio por transfusão de sangue, que seria uma exceção, ainda está em estudo. O Ministério da Saúde disse que investiga a suspeita. A Secretaria de Estado da Saúde não comentou.
 
Segundo Carvalho, o doador é um homem de 52 anos, de Sumaré (a 118 km de SP). Esse paciente foi o primeiro caso confirmado de zika no Estado de São Paulo, em maio deste ano.
 
O paciente, que não viajou para fora do Estado, doou sangue no Hemocentro da Unicamp sem saber que estava infectado. "Três dias depois, apresentou os sintomas", diz o médico. O homem achou que tinha dengue, mas exames comprovaram zika.
 
O receptor também pegou o vírus, mas sem sintomas. Ambos passam bem.

Não há na rede pública teste que evidencie a presença de zika em bolsas de sangue. "Por se tratar de um risco baixo, o custo­benefício não compensa", diz Carvalho.
 
Segundo ele, o Hemocentro Campinas já orienta os doadores a informar na entrevista se estiveram nas regiões endêmicas do zika vírus. Em caso positivo, são orientados e esperar 30 dias para doar.