No HIS 2025, Fehosp debate sobre tecnologia nos hospitais filantrópicos
02/10/2025
O membro do Conselho de Administração da Fehosp, Dr. Anis Ghattás Mitri Filho, representando o diretor-presidente da entidade, Edson Rogatti, participou na quarta-feira (1/10) do painel “O que as Santas Casas e Hospitais Filantrópicos realmente precisam em termos de tecnologia?”, realizado no Healthcare Innovation Show 2025 (HIS), em São Paulo, com curadoria da ABCIS – Associação Brasileira CIO Saúde. O debate contou com a participação de Mário César Bernardes, diretor-geral da CMB (Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas), Carlos Silva, head de TI do Santa Marcelina, e moderação de Sonia Poloni, CEO da ABCIS.
Em todo o Estado de São Paulo, os hospitais filantrópicos representam o maior grupo da rede hospitalar, somando 407 unidades, contra 319 hospitais públicos e 373 privados. Em 142 cidades paulistas, são o único equipamento de saúde disponível para atender a população, além de serem responsáveis por mais de 50% dos atendimentos hospitalares de média e alta complexidade realizados pelo SUS. Essa representatividade reforça a urgência de investimentos em tecnologia, essenciais para garantir eficiência, sustentabilidade e qualidade no atendimento.
O conselheiro da Fehosp ressaltou o desafio de implementar tecnologias em hospitais filantrópicos, especialmente os menores, devido às limitações financeiras e à falta de fornecedores que compreendam as necessidades específicas e as restrições de equipe dessas instituições. “As empresas precisam precificar seus softwares de acordo com a realidade financeira das Santas Casas. Além disso, muitas dessas instituições, principalmente as menores, não dispõem de equipe voltada para esse tipo de implantação, por isso é fundamental que as soluções sejam pensadas para atender às suas necessidades específicas”.
“Os fornecedores precisam ser mais hands on, pois a realidade financeira dos hospitais filantrópicos difere das maiores instituições hospitalares. Precisa ter adequação financeira”, observou a CEO da ABCIS.
Trazendo case do Hospital Santa Marcelina, o head de TI da instituição, Carlos Silva, contou que a entidade atua com prontuário eletrônico há mais de 18 anos e que o esforço para que o setor filantrópico invista em tecnologia é muito grande, sendo necessário empenhar parcerias para a concretização. “Existe um planejamento sobre onde se quer chegar”, pontuou.
O diretor-geral da CMB ressaltou a magnitude da atuação dos hospitais filantrópicos, que atendem a mais da metade da média e alta complexidade do SUS e, por isso, a necessidade de garantir recursos adequados e sustentáveis para que essas instituições continuem cumprindo seu papel essencial.
“Não é possível que a representatividade dos hospitais filantrópicos não tenha valor. É preciso trabalhar a força do setor de maneira efetiva e atrair investidores para dar um passo que a gente ainda não consegue dar”, concluiu.