Fehosp participa de audiência pública no Senado sobre fortalecimento das instituições filantrópicas
14/10/2025
A Federação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos do Estado de São Paulo (Fehosp) participou da audiência pública realizada pelo Senado Federal, presidida pelo senador Fernando Dueire e proposta pelo senador Marcos Pontes, com o tema “Fortalecimento das instituições filantrópicas: inovação, gestão eficiente e novos modelos para sustentabilidade financeira no sistema de saúde”.
O encontro teve como objetivo discutir soluções para garantir a sustentabilidade financeira e a eficiência na gestão das instituições filantrópicas de saúde. Especialistas e representantes do setor apresentaram propostas e modelos de financiamento voltados a fortalecer o papel dessas entidades no atendimento à população e no fortalecimento do SUS, diante do cenário de subfinanciamento crônico e dos valores pagos pela tabela SUS que não cobrem os custos reais dos procedimentos — situação que leva os hospitais a buscarem alternativas para reduzir um endividamento que já ultrapassa R$ 20 bilhões.
A audiência contou com apresentações presenciais de Rogério Pecchini, diretor de Operações em Saúde da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, e de Jader Pires da Silva, diretor-geral da Santa Casa de Porto Alegre. Participaram por videoconferência Flaviano Venturini, vice-presidente da CMB; Edson Rogatti, diretor-presidente da Fehosp; Valdir Furlan, administrador da Santa Casa de São José do Rio Preto; Dárcio Guimarães, diretor administrativo e financeiro da Santa Casa de Maceió; André Giordano Neto, superintendente corporativo do Instituto do Coração da USP; e Arsênio Rodrigues da Silva, superintendente jurídico da Fundação Zerbini.
Em sua apresentação, o diretor-presidente da Fehosp, Edson Rogatti, abordou a sustentabilidade financeira e novos modelos de gestão para as instituições filantrópicas de saúde, especialmente no Estado de São Paulo. Ele destacou o papel da Fehosp, que há 65 anos atua em prol da melhoria, profissionalização e modernização da rede hospitalar paulista, representando 277 entidades associadas e promovendo valores como integração e responsabilidade.
Rogatti enfatizou que a gestão sustentável e a inovação são fundamentais para transformar a qualidade do atendimento, otimizar operações e garantir um futuro eficiente para as instituições filantrópicas. Ele destacou o uso de tecnologias como telemedicina, prontuários eletrônicos, inteligência artificial e dispositivos de monitoramento em tempo real — ferramentas que possibilitam diagnósticos mais rápidos e precisos, tratamentos personalizados, ampliação do acesso a cuidados especializados e maior eficiência operacional.
Entre os exemplos citados, destacam-se a Sala Cirúrgica Inteligente da Santa Casa de São José dos Campos e o prontuário eletrônico integrado desenvolvido pelo Santa Marcelina Saúde, além do impacto positivo da telemedicina no manejo do infarto agudo do miocárdio no SUS.
Por fim, Rogatti chamou atenção para os desafios enfrentados pelas instituições filantrópicas, como o aumento da demanda, o envelhecimento populacional, a pressão sobre os recursos financeiros e a necessidade de reduzir custos. Ele defendeu o fortalecimento do diálogo entre governo e setor filantrópico, a busca por soluções inovadoras e parcerias estratégicas, e o investimento em profissionalização e gestão sustentável — medidas essenciais para assegurar a continuidade do atendimento à população e a sustentabilidade financeira do sistema de saúde brasileiro.