Fone: (11) 3242-8111 Fax: (11) 3112-0554 | Endereço: Rua Libero Badaró, 158 – 6º andar – São Paulo – SP

Entidades filantrópicas de saúde elaboram carta aberta aos candidatos do Poder Executivo nas eleições de 2022
21/07/2022

Na próxima segunda-feira, 25 de julho, 10 instituições filantrópicas de saúde de diversas localidades do País se reunirão, às 9h (horário de Brasília), no Centro Universitário São Camilo, em São Paulo, para assinar carta aberta que será encaminhada aos candidatos que disputarão a Presidência da República nas eleições deste ano, e que traz à tona a atual situação do Sistema Único de Saúde (SUS). Entre as entidades, estão a Confederação das Santas Casas e Hospitais Filantrópicos (CMB) e a Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp).

A população brasileira conta com mais de 214 milhões de pessoas, das quais mais de 76% dependem exclusivamente do SUS, sistema prestes a completar 33 anos e que está com sua tabela (lista de valores pagos pelo governo por procedimento) desajustada há duas décadas. Atualmente, a defasagem é de seis vezes abaixo do valor de mercado. Assim, o atual modelo de financiamento culminou com o déficit médio entre o custo na assistência SUS e a receita proveniente desses atendimentos, superior a 65%, conforme observação da CMB. Em maio, a Confederação deu início à campanha “Chega de Silêncio”, a qual uma das ações de protesto foi a colocação de 1.824 cruzes na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, representando os hospitais filantrópicos brasileiros e alertando a crítica situação financeira das unidades.

Na carta, o apelo divulga dados do Ministério da Saúde (Sistema de Informações do SUS, 2017-2018), que mostram que os hospitais filantrópicos e Santas Casas disponibilizam mais de 116 mil leitos exclusivos para SUS, sendo responsáveis por cerca de 60% de todas as internações de alta complexidade. Além disso, 906 municípios do país são atendidos exclusivamente por um hospital filantrópico. Neste cenário, as Santas Casas e hospitais sem fins lucrativos respondem por aproximadamente 70% dos tratamentos de radioterapia e quimioterapia, e quase 60% dos transplantes realizados no país.

De acordo com o presidente da Associação Brasileira das Instituições Católicas de Saúde, Frei Francisco Belotti, “as instituições filantrópicas de saúde estão presentes em todo o País e têm como missão primordial levar atendimento com qualidade na área da saúde aos que mais precisam. Neste contexto, reafirmamos nosso compromisso com a população e com nosso principal aliado, o SUS”, salienta.

As entidades se unem neste momento para fazer ecoar a defasagem de décadas da remuneração pelos serviços prestados ao SUS, o que cada vez mais torna inviável a continuidade do atendimento e compromete a qualidade dos serviços prestados, com a celeridade que a população necessita.

No ano em que serão eleitos os governantes nas esferas federal e estadual, as entidades abrem um canal de diálogo com todos os candidatos ao Poder Executivo, para que a história do setor filantrópico continue e os brasileiros possam ser atendidos com dignidade.