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Até quando?
08/04/2015

Apesar da situação de equilíbrio que, felizmente, vigora na Santa Casa de Piracicaba, acompanhamos com preocupação e tristeza a realidade da maioria das Santas Casas do Brasil, que enfrentam uma crise que coloca em alerta o setor de saúde.
 
Com um déficit superior a R$ 17 bilhões, as filantrópicas vivem uma realidade sem recedentes. O estado da Bahia, por exemplo, que já chegou a ter 108 Santas Casas, somava 84 há dez anos e, atualmente, contabiliza apenas 63 unidades, o que equivale a uma entidade fechada a cada seis meses. Situação que levou a Federação das Santas Casas de Misericórdia da Bahia (FESFBA) a promover recentemente seminário para analisar “A Relação do Poder Público com as Entidades Filantrópicas de Saúde na Bahia”, com resultados promissores.
 
Pelo menos do ponto de vista do secretário de Estado da Saúde baiano, Fábio Villas-Boas, que sinalizou quanto à produção de um novo modelo de financiamento, por meio de programa que estabelecerá como contrapartida o aperfeiçoamento da gestão e metas, de forma a ampliar a assistência aos pacientes.
 
Isso por que, além do custeio existente, recursos do próprio Estado deverão ser canalizados para complementar o déficit, tirando essa relação do prejuízo. Esse já é um grande passo. O ideal, entretanto, é que a União priorize recursos para a saúde na esfera nacional, estadual e municipal, de modo que os gestores de saúde possam, de fato, honrar os compromissos quando contratos para prestação de serviços são assumidos.
 
Afinal, a crise do setor vem de um modelo de financiamento equivocado, principalmente por causa do subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), cuja tabela foi criada há 27 anos, com cerca de três mil procedimentos.
 
Acontece que apenas mil sofreram algum tipo de reajuste neste período. Ou seja, o SUS epassa apenas R$1 para cada R$1,80 aplicados por uma unidade filantrópica na prestação de serviços. Para que se tenha uma dimensão da urgência de medidas eficazes com relação ao crescente e enorme endividamento das filantrópicas, basta lembrar que 50% de toda assistência SUS no Brasil ocorre dentro de uma Santa Casa. Até quando conviveremos com tamanho descaso?
 

*Informações da Santa Casa de Piracicaba