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Congresso encerra atividades científicas em debate com secretário de Estado da Saúde
15/05/2015

A última mesa do 24º Congresso da Fehosp nessa sexta-feira (15), coordenada pela jornalista econômica Denise Campos de Toledo após apresentar as perspectivas da economia brasileira, recebeu a presença do secretário de Estado da Saúde, David Uip, do presidente da Federação das Santas Casas do Rio Grande do Sul, Julio Dornelles, e do deputado estadual e presidente da Frente Parlamentar de Apoio às Santas Casas e Hospitais Filantrópicos da Assembleia Legislativa, Itamar Borges. 
 
“Se não fossem os estados e municípios, a maioria das nossas 2100 instituições hoje estariam fechadas. O endividamento é crescente, o setor deve hoje mais de R$17bi, deste total, em torno de R$10bi é com o sistema financeiro. Depreciação física e tecnológica, precarização das relações de trabalho, fechamento de hospitais, intervenções públicas, são alguns dos efeitos dessa crise”, disse Julio Dornelles.
 
Para David Uip, saúde não tem preço. “Estamos nesse momento com dois problemas seríssimos, um é o subfinanciamento e outro é a qualidade de gestão. Temos que requalificar e melhorar o uso do dinheiro público em saúde”, afirmou. Ainda de acordo com ele, 44% de toda a alta complexidade do Brasil é atendida no Estado de São Paulo. “Nós fazemos isso com muito orgulho, mas não é bom, porque recebemos10% disso”, completou. “O grande responsável pelo caos da saúde publica no País é o governo federal, que é quem mais arrecada e não repassa o dinheiro”, completou.
Segundo o deputado Itamar Borges, tanto a secretaria de estado, quanto a Fehosp, como os hospitais, tem procurado caminhos para melhorar a gestão. “Hoje a nossa luta é para que o governo não só mantenha programas como o SUStentáveis, mas que transforme-os em uma política de saúde permanente para dar segurança para as instituições não só na continuidade, mas também na garantia de repasses”, disse.  “O que temos trabalhado pela Frente é buscar o efetivo, o real financiamento para os hospitais filantrópicos”, completou. Itamar reforçou que a luta é que a União destine ao mínimo 10% do orçamento para a Saúde. “Se tivéssemos isso, ainda não resolveria todos os problemas, mas garantiria um equilíbrio para nossas Santas Casas e hospitais filantrópicos. Por isso, é fundamental a integração, a união e a organização do setor para buscarmos juntos a solução para o nosso principal problema que é o financiamento”, opinou.
 
Ao fim da mesa, David Uip anunciou um projeto de R$1bi, onde o BID entra com 2/3, e o Estado de São Paulo com 1/3, e trabalha em todos os eixos, desde a construção de UBS, a reforma de CAPS, a construção de hospitais, onde, segundo ele, o menos importante são as obras, e o mais importante é o conceito de gestão, capacitação e formação. “É um projeto inovador, tem a controladoria de um banco internacional o que nos obriga a ser extremamente criteriosos, e já está avançado para início do trabalho”, disse. “Em um momento de escassez de recursos, cabe ao gestor público ter criatividade, não ficar inerte e trazer palavras de otimismo. Estamos encontrando formas alternativas de progredir”, finalizou.